quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Budapeste e o punctum



Continuei não gostando de Budapeste. A história tem um enredo interessante, porém não me tocou. Gosto das histórias que me obrigam a uma pausa para olhar ao redor de mim mesma. Foi assim com Faz-me Falta de Inês Pedrosa, por exemplo.
Relacionando a leitura de um livro com a leitura fotográfica penso no punctum.
“Aquilo que me fere, me punge”. Assim Barthes define o punctum. Um elemento da fotografia que provoca no leitor um instante de suspensão, de silêncio, de retorno ao interior ou então o obriga a uma pausa para olhar ao redor de sim mesmo.
O punctum é absolutamente individual e quando explicado revela uma porção generosa do leitor da fotografia.
Um exemplo de punctum para mim está nesta foto de Bresson. Embora possamos fazer uma análise sobre os elementos constitutivos da fotografia – o menino correndo, o relógio na parede, o real e irreal relacionado ao tempo congelado e expresso no movimento, etc, etc. O que me punge é a arquitetura do local. O meu punctum é os degraus da relojoaria. Essa foto me faz recordar da primeira sorveteria que meu pai teve na Nova Rússia, em Ponta Grossa. Eu devia ter uns cinco anos e lembro-me da entrada da loja onde passei bastante tempo saboreado as novas receitas daquele que se tornaria o melhor sorvete do mundo. O corredor que leva a uma porta ao fundo também faz parte de minha lembrança – havia uma porta à qual eu não tinha acesso. E o menino correndo, eu mesma entre a sorveteria e o hotel de meus tios ao virar a esquina.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Bons e velhos tempos...







Após uma breve discussão sobre HDR em uma lista de fotógrafos, eu me intitulei jurássica (não sei usar HDR), e papagaiei sobre o tempo que usava filtros para compensar cor e da delícia que é fotometrar corretamente, etc, etc.



Com pena dos "velhinhos" o Marcos Schoroeder indicou um link delicioso no qual estão algumas das imagens acima.



Vão até lá e observem como as maior parte dos anúncios se refere ao natal.



chove, chove, chove


A foto é do Victor Amaral.
Ele foi meu aluno e está cada vez melhor.
Mais fotos dele podem ser vistas no
http://recortedeluz.blogspot.com/

Primeiras fotos 4


Essa é do Felipe Rocha da turma da manhã.

sábado, 26 de setembro de 2009

Eu disse que não gostei


- Não gostaste de Budapeste!? As palavras foram ditas lentamente, sílaba a sílaba.
Por favor, leia de novo na entonação correta.
- Não-gos-tas-te-de-Bu-da-pes-te!?
A pergunta veio em um tom de incredulidade acompanhado pelo juntar de sobrancelhas característico quando as coisas não agradam ao meu querido amigo MC.
- Não!
Respondi meio sem jeito, sem saber se estava fazendo a coisa certa, duvidando da minha certeza que até aquele momento era absoluta.
...
O olhar e o silêncio me chicotearam. Ele ficou tão pasmo que nem quis saber o motivo de tal disparate. Juro que tentei me recompor e procurei balbuciar alguma coisa decente, uma fala que justificasse a minha grave falta:
- Uga buga... !?
Mais um olhar silencioso, prestes a me defenestrar
- Não gostaste!? Agora era quase um lamento....
Droga, pensei. Será que eu li mesmo a porcaria do livro? Será que não gostei? Será que estou lúcida? Será que posso me enfiar num buraco?
- É que eu gosto tanto do Chico cantor que esperei mais do livro.
Falei a pérola em um tom de reconciliação, um pedido de desculpa por ter aberto a boca.
...
Outro olhar e meus pensamentos voavam desordenados:
Se eu desmaiar será que ele esquecerá essa conversa? Melhor não arriscar. Vou ser deixada na sarjeta, sem direito a piedade. Não lembro de nenhuma música do Chico. Será que o autor é o Chico? Será que o Chico canta? Sim! A banda! Como é mesmo? “Para ver a banda passar cantando coisas de amor...” ai ai. Porque ele não muda de assunto? Vamos falar dos autores portugueses que eu adoro. Não, melhor não! Vou dar outro bola-fora. Sorria meu bem. Se recomponha estúpida.

De volta ao Brasil e depois de muitos afazeres resolvi resgatar Budapeste da prateleira. Tirei o pó e hoje recomeço a lê-lo na tentativa de dar um palpite decente. Me aguardem.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

insight


Essa foto é do meu aluno Fernando Fávero.
Segundo ele foi depois "disso" que ele se inspirou para fazer o trabalho de fotografia.
Não esclareceu se foi ao perceber as formas de um porco na mesa ou depois de beber o mundo.

“Subterrâneas Passagens”



O mundo subterrâneo de Brasília está exposto na Galeria da Caixa.
São 20 fotografias pinhole feitas por José Rosa. A abertura será na próxima terça às 19h, com visita guiada.
A Galeria da CAIXA fica na Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Paul Sttrand






Olhar direto: fotografias de Paul Strand
Esse é o nome da exposição de Paul Strand que vai até dia 27 em São Paulo.
Strand é um dos mais importantes fotógrafos do século XX. Suas fotos se tornaram uma referência por conta de sua abordagem politizada e contundente do cotidiano das metrópoles, aliado a uma proximidade ao movimento modernista.

Local: Museu Lasar Segall – IBRAM / MinC
Vernissage: 25 de julho, das 17h00 às 19h30
Período: de 26 de julho a 27 de setembro de 2009
Funcionamento: de terça a sábado, das 14h00 às 19h00; domingo e feriados, das 14h00 às 18h00.
Entrada gratuita

"Tenho em mim todos os sonhos do mundo"
Fernando Pessoa

Foto: Porto

fotógrafo aprendiz IV


Fernando Favero


Daniel D'Alessandro


Daniel D'Alessandro


Ailime Moreira

O tema do trabalho era a cidade.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Capitolio

Para quem gosta de boas fotografias e se interessa pela Venezuela um excelente multimídia de Christopher Anderson.
http://inmotion.magnumphotos.com/essay/capitolio-0

fotógrafo aprendiz III
















em uma aula de fotometria


como não começar um livro

No blog Pó dos livros http://livrariapodoslivros.blogspot.com/2009/09/como-nao-comecar-um-romance.html há um post genial uma das regras básicas que nunca deveria ser menosprezada ao se escrever um livro: o primeiro parágrafo.
Ele deixa alguns maus exemplos de inícios de livros que são muito duvidosos. Eu fugiria de todos eles. Dois exemplos:

«Robert era novo nestas coisas da prisão, e sentiu-se assustado, confuso. Mas no momento em que ele pôs os olhos em 472825994, tornou-se um prisioneiro do amor.»

«Nicole deixou cair dos seus ombros a blusa de seda que envolveu a perna esquerda de James, que, habilmente, cortou um pedaço de queijo.»

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

stop motion


Para fazer este trabalho foram usados 987 polaróides.
O stop motion está entre meus novos objetivos.
Dias desses vou aprender a fazer.

São Paulo me chama


Duas exposições de Bresson no Sesc Pinheiros e mais a Coleção Fnac Brasil de Fotografia na Fnac Pinheiros.
Além disso, o Museu do Futebol (minha amiga Elza falou maravilhas dele), o Museu da Língua Portuguesa (sempre obrigatório), a Livraira Cultura (ai meu bolso) e a Vila Madalena no final do dia.
Preciso, preciso, preciso...

Souvenirs



Fernando de Tacca está na Galeria Fnac Campinas com a série Souvenirs.
Essa é a primeira foto da nova série

Sepultura dos Oiticicas (Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro) com TATE Artist Time Line (Sara Fanelli for TATE, London).

domingo, 20 de setembro de 2009


O Beto Viana manda partilhar e eu obedeço.

Quem? Eu?

Doutora Fátima


Minha amiga Marta falou maravilhas da doutora Fátima.
Uma mulher capaz de milagres quase tão grandes como a outra Fátima portuguesa, a dos três pastorezinhos.
A doutora trata dos casos perdidos pelos excessos. Os maus-tratos ao corpo em doses fartas de açucares e gorduras. Depois de alguns dias fiquei especialista em doutora Fátima.
Duas frutas ao pequeno almoço e só; iogurte magro e com menos de 6 gramas de glucídio; nadinha de carboidrato depois das 10 da manhã; nadica de nadica de doces; chocolates, balas, goma de mascar, e todas as delícias da culinária portuguesa, incluindo as alheiras... ah! proibidas!

A cada bocado de qualquer coisa que eu levava à boca pensava: o que será que a doutora Fátima vai pensar, ou então: a doutora Fátima vai me matar se souber que comi uma ecler inteirinha.
Numa sexta-feira, depois de sacrifícios sem fim, fomos a um aniversário.
Como acompanhamento aos pates de atum, às fatias generosas de uma torta deliciosa, aos bolos divinos surge, claro, a lembrança dos conselhos da doutora Fátima.
- Doutora Fátima? O nome não é esse. É doutora Maria José! diz uma companheira de infortúnio.
Bastou para que eu deixasse de crer nos milagres prometidos.
Dispensei a doutora-placebo e me joguei em mais uma fatia de torta.
Deliciosa.

A receita da torta daí de cima está no site
http://www.receitasculinariasgratis.com.br/receitas/tortas-doces/torta-de-bolacha.html

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fotografar cidades 2


As cidades possuem alguns elementos identificadores. Isso todo mundo sabe, certo?
O problema é que TODOS fotografam esses pontos e, geralmente, do mesmo ângulo.
Como fugir disso?
Buscar condições de luz diferentes, fechar ângulos, olhar, olhar, olhar...
Confesso que ao fzer esta foto primeiro parei para tomar fôlego e depois percebi que era uma grande oportunidade de registro.

Barcelona

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Concurso


É um concurso.
O prêmio é uma camiseta tamanho G.
Vale para dar visibilidade ao trabalho iniciante.
Vou dar um plus: se quem aganhar foi ou é meu aluno ganhará de mim um conjunto de livros sobre fotografia. Que tal?
http://www.manreza.com.br/blog/comunidades/

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fotografar cidades 1



Minha irmã, olhando fotos que fiz de algumas cidades que visitei, teceu um elogio: elas não se parecem com as fotos das revistas de turismo. Claro que adorei. Diante disso vou falar um pouco sobre essa minha experiência.
Primeiro, cidades são como pessoas, possuem uma respiração própria e é preciso percebê-las e escutá-las.

Coimbra, 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Gentegrafar







Hoje um aluno me perguntou o que mais gosto de fotografar.
Gentes.
Assim mesmo, no plural.
E com a licença dos provérbios, advérbios, adjetivos e substantivos, prefiro um verbo: gentegrafar.
O motivo?
Porque há coisas que não posso deixar de ver.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Primeiras fotos 3

Lucas Kotovicz

Gabriela Junqueira

Vitor Foes

Mais algumas fotos dos meus alunos

Pierre Verger na Bahia



Amanhã, terça feira, às 19h, no Palacete das Artes -
Rodin Bahia, será aberta a exposição De um Mundo ao Outro - Pierre
Verger nos Anos 30, resultado de um ano de pesquisa dos curadores
Cláudia Pôssa e Alex Baradel.