quarta-feira, 18 de março de 2009

Não é cachorro frosô


Minha prima Ayde mora em Campinas ao lado da Unicamp. Na época que fiz meu mestrado por lá um dos pontos altos do dia era passar na casa da prima - sempre na hora do almoço, e filar a comida maravilhosa e engordativa da tia Lali, que faleceu há alguns anos.
Mas passar por lá não era só saboroso, era também um rico exercício de observação da diversidade familiar.
Ayde é engenheira e deixou o doutorado para ser família em tempo integral. Tem um jeito delicioso de contar histórias - em um tom lento, repleto de detalhes ricamente descritos. Na voz dela um causo pode durar uma tarde.
O marido, primo Alcides, é um homem das letras. Competente crítico literário. Doutor professor da USP e da Unicamp tem paixão pelo filme Os guarda-chuvas do amor . Eles tem uma linda história de amor, dessas parecidas com filme e que a gente acha que nunca vai acontecer. Dessa história nasceram três filhos.
O Pedrinho estava sempre às voltas com os cachorros e o videogame com um lanchinho por perto, de preferência.
O David me enchia de desenhos de heróis e seres estranhos, em um deles eu era a flor.
O João ainda era projeto.
Na casa havia um grupo especial: as cachorras.
A mais velha era a Olívia (que tinha um sofá só dela), mãe da Vera Lúcia (nome dado em homenagem a minha irmã porque segundo a prima ambas eram um pouco enjoadinhas). Depois tinha a Petita, a Shirley e a Naná (a única que ainda vive)
Depois de ler o blog, a prima me mandou uma foto da finada Petita que, diz ela, não é frosô como os cachorros que já apareceram por aqui, mas é exemplo de "cachorro de verdade".
A prima ainda sonha em ter uma perereca que quer chamar de Zazá. Nunca me explicou o motivo do nome - acho que nem quero saber. Homenagem é homenagem.

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