segunda-feira, 12 de julho de 2010



Há casas especiais.
Por mais que tenham sido deixadas ao acaso, elas reverberam o que foram. Como ondas de uma pedra jogada ao lago trazem consigo histórias encravadas.
E, então, uma parede com a pintura descascada passa a ser um mapa e revela a geografia dos dias que foram. As janelas que abrigaram os sonhos debruçados das noites quentes do verão - um retorno, uma carta, um sinal de esperança que o amor pode ser -, agora com os vidros partidos e sem cortinas, insinuam seus mistérios.
São pequenos pedaços de uma arquitetura que não quer morrer.
E é no silêncio dos dias que elas nos sussurram suas histórias.
Este é o tema de uma nova série que inicio hoje: sussurros.
Espero que gostem.

3 comentários:

aveloh disse...

e eu, então, vou adorar. beijo.

Lina Faria disse...

Eba!
novidades além mar?
meu assunto recorrente, quero acompanha teu auscultar das pátinas luzitanas.
as duas, já gostei!

carlos dala stella disse...

Que lindo. Por essas janelas de silêncio entram e saem os olhos do mundo.

beijo