Um local para discursos textuais ou visuais.
A fotografia é o tema central.
domingo, 24 de julho de 2011
Retirado do blog "A Devida Comédia" um retrato (fora do acordo ortográfico, graças à Deus) do jornalismo mundial
“Sem retirar os factores externos que contribuem para a queda da imprensa, acredito que os jornais estão em crise por culpa própria. Eu recordo-me que se dizia que os jornais eram caros. Depois, havia, também, a iliteracia. Com as novas tecnologias, as pessoas fugiriam da leitura. A verdade é que, actualmente, dois cafés custam o preço de um jornal. A verdade é que as pessoas nunca leram tanto como agora. E quando se diz que a juventude não lê, bom, os jovens até lêem ‘tijolos’ como o Harry Potter. Agora, os jornais não acompanharam esta sociedade, fecharam-se. Criaram o seu casulo. Os jornalistas deixaram de ir para a rua e enlamear as botas. Deixaram de sentir o pulsar das populações. As chefias e as direcções vivem mais viradas para si, para o seu ego. Vivem mais para as reuniões e para as horas de fecho. Burocratizaram-se e abandonaram o jornalismo de proximidade. Até que ponto pessoas que não têm contacto nenhum com a realidade podem estar a fazer jornalismo? É preciso andar de transportes públicos, ir aos cafés, aos quiosques! Eles sabem lá o que é que as pessoas precisam e gostam! E, portanto, abandonaram a reportagem, abandonaram as crónicas do quotidiano e artigos do dia-a-dia. É aqui que está o sucesso do Facebook, porque conta as histórias da rua. Isto demonstra um falhanço completo dos jornais. Divorciaram-se, cavando um fosso com a população.”
Roland Barthes, no livro A Câmara Clara, define operator como aquele que opera a câmera fotográfica. Claro que ele vai além. Operator é aquele que para operar a câmera observa, recorta, define, sonha, escreve. Na esteira do pensamento barthesiano esse blog é espaço para discursos visuais e comentários sobre a fotografia.
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