“Dediquei minha vida à teoria da comunicação”. Com essas palavras o sociólogo francês Domonique Wolton abriu o maior Congresso de Comunicação da América Latina, o Intercom 2009. Em menos de uma hora de palestra, o autor de diversas pesquisas mostrou que a dedicação de anos valeu a pena.
Com grande simpatia, Wolton conversou sem restrições com congressistas e com a imprensa. Só mais tarde foi possível entender o porquê de tanta abertura. Wolton valoriza o ser humano, e no conjunto de suas palavras o fez com muita propriedade.
Para o sociólogo, a grande quantidade de informação que a sociedade produz não traduz o que é a essência e o resultado da comunicação. Diferentemente da informação, na comunicação o outro é levado em conta, mesmo que esse outro não pense “como a gente”. Wolton resumiu a primeira parte do seu raciocínio apontando cinco frases principais:
1- Os seres humanos não podem deixar de comunicar-se;
2-Nós comunicamos para seduzir, amar e convencer;
3- Na maior parte do tempo “o outro” não vai concordar com as nossas opiniões;
4-Começamos a negociar para convencer o outro;
5- Quando a negociação funciona, organizamos a convivência.
“Viver é comunicar-se”. Por meio de frases de impacto sobre as relações contemporâneas de comunicação, Dominique fez com que muitas questões sociais fossem analisadas e reavaliadas pelos presentes. Uma delas foi a definição de que quanto mais técnicas são as coisas, melhor, haverá "mais paz". A conseqüência dessa filosofia, segundo ele dominante, são conclusões errôneas e comportamentos distorcidos. “Quando o ser humano apresenta dificuldades, ele culpa a técnica, mas a técnica é o mais simples. Viver em sociedade é o mais difícil”, afirma. Ele expressou que o ser humano não assume que por trás de toda a técnica, ferramentas e tecnologias estão os homens e que neles deve estar o investimento maior. A técnica seria neutra, não faz bem nem mal, quem decide para que fim será usada é o homem.
Citando várias vezes a democracia com relação à comunicação, Wolton afirma que a salvação desses dois elementos depende de uma terceira questão: o respeito à diversidade cultural. Somente por meio disso seria possível a comunicação e convivência pacífica da comunidade internacional.
Aline Rakko e Danielly Ortiz
Matéria publicada no blog do Intercom >
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2 comentários:
Gostei de ler. muito.
[e...tou com o pensamento em ti, por aí. todo por aí.
não esqueçam de brindar com o Porto!]
Aí aí, INTERCOM, QUE SAUDADES, FOI UMA PENA QUE NÃO PUDE COMPARECER, ENFIM, JÁ FIZ UM POUQUINHO PARTE DESSA HISTÓRIA. BEIJO
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