quinta-feira, 29 de novembro de 2012

não existe mais o que existia antes






É a pior morte, a do amor.


Porque a morte de uma pessoa

é o fim estabilizado,

é o retorno para o nada,

uma definição que ninguém questiona.

A morte de um amor, ao contrário, é viva.

O rompimento mantém todos respirando:

eu, você, a dor, a saudade,

a mágoa, o desprezo - tudo segue.

E ao mesmo tempo não existe

mais o que existia antes.


Martha Medeiros

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