Há casas especiais.
Por mais que tenham sido deixadas ao acaso, elas reverberam o que foram. Como ondas de uma pedra jogada ao lago trazem consigo histórias encravadas.
E, então, uma parede com a pintura descascada passa a ser um mapa e revela a geografia dos dias que foram. As janelas que abrigaram os sonhos debruçados das noites quentes do verão - um retorno, uma carta, um sinal de esperança que o amor pode ser -, agora com os vidros partidos e sem cortinas, insinuam seus mistérios.
São pequenos pedaços de uma arquitetura que não quer morrer.
E é no silêncio dos dias que elas nos sussurram suas histórias.
Este é o tema de uma nova série que inicio hoje: sussurros.
Espero que gostem.
3 comentários:
e eu, então, vou adorar. beijo.
Eba!
novidades além mar?
meu assunto recorrente, quero acompanha teu auscultar das pátinas luzitanas.
as duas, já gostei!
Que lindo. Por essas janelas de silêncio entram e saem os olhos do mundo.
beijo
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