Em 2000, quando estava voltando do meu mestrado em multimeios, com muitas idéias na cabeça e alguns malucos para me acompanhar, resolvi fazer um espetáculo multimídia. A minha amiga Marília, que já era professora do grupo de teatro do curso de Jornalismo da universidade e tão fora da casinha quanto eu, comprou a idéia. Alguns alunos resolveram participar. A história era a de um homem e seus sentimentos e lembranças. Os sentimentos eram mostrados por meio de fotografias projetadas nas telas laterais do auditório através de slides operados manualmente. A proposta era trabalharmos com múltiplas linguagens em uma época que múltipla representava dois mais um e não passava disso. Depois de muitos e exaustivos ensaios estreamos. E, naquele dia, o abençoado projetor de slides resolveu deixar de fazer aquilo que melhor sabia: projetar. O ator tinha sua marcação pelo claque, claque característico da máquina e, nos três primeiros minutos de peça, só silêncio. E nada de atuação. Depois de algum tempo constrangedor ele resolveu improvisar. Depois de algum desespero e de certo jeitinho (diga-se tapas) a máquina resolve expelir a primeira seqüência de fotos: um parque, uma mulher, olhos, coração e o que era para estar no texto das lembranças da infância estava nas lembranças dos anos prisão... e assim seguiu. Saudade virou morte; amante virou mãe; instinto assassino se transformou em brincadeira de parque e um tango que era para ser dançado na noite curitibana foi parar dentro de uma máquina de escrever. Ao final, aplausos. Foi um sucesso! E ali comecei a descobrir o sentido da arte contemporânea. Não sei exatamente o motivo, mas lembrei dessa história ao ver o vídeo que me foi mandado por meu aluno Renato.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Dia 25 de maio acontece em Curitiba a primeira das TERÇAS LÚDICAS, vivências lúdicas para adultos, projeto de Adriana Klisys, da Caleidoscópio Brincadeira e Arte. Em São Paulo já foram sete eventos, sobre jogos africanos, colagem, brinquedos científicos, adereços de carnaval, bonecos de sucata articulados... Sempre com a presença de um especialista na área, no espaço Crie Futuros.
O tema desse primeiro encontro são algumas brincadeiras e jogos do livro QUER JOGAR?, com textos de Adriana e desenhos de Carlos Dala Stella.
O evento será no ateliê do Carlos que fica em Santa Felcidade. Para receber o convite com os links para inscrição basta ligar para (41) 3374 4110.
O site fotografia arte (www.fotografia.art.br) traz uma galeria de autorretratos de fotógrafos muito interessante. Me inspirei. Enquanto não faço o meu olha esses dois: Imogen Cunningham 1958 Bresson 1932
“La marche forcée: Lês oubliés de la croissance” (A marcha forçada da China: os esquecidos pelo crescimento) Este é o tema da exposição do fotógrafo francês Samuel Bollendorff. São 32 fotos que mostram os milhões de chineses que vivem abaixo da linha da pobreza, mas trabalham incansavelmente, projetando o chamado “milagre econômico chinês”. A exposição acontece na Aliança Francesa, do dia 23 de abril a 10 de maio. Samuel Bollendorff estará presente na abertura da exposição, hoje, às 19 horas, proferindo conferência em francês sobre fotojornalismo e narração de documentário.
A Aliança fica na Alameda Prudente de Morais, 1101
A fotografia foi tirada na Times Square no dia 14 de agosto de 1945. Nesse dia, os americanos saíram às ruas para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial.
“No Dia da Vitória, eu vi um marinheiro que vinha agarrando todas as moças que encontrava. Eu saí correndo junto a ele com minha Leica, olhando para trás por cima de meu ombro. Então, de repente, vi alguma coisa branca sendo agarrada. Girei em torno e cliquei o momento em que o marinheiro beijava a enfermeira” Alfred Eisenstaedt
Da minha janela vejo o caquizeiro do vizinho que de tão alto, só os passarinhos saboreiam os frutos suculentos. Em dia de sol, como hoje, a árvore vira festa. Os galhos recebem uma turma barulhenta e os sabiás são os mais exibidos. É essa festa que dedico com amor para a prima Ayde.
Esta foto foi feita no sábado de aleluia de 2007, para o livro Visões de Ponta Grossa que traz um conjunto de fotografias sobre a vida no Mosteiro da Ressurreição, único mosteiro rural do Brasil.
Desde sempre minhas sextas-feiras santas tiveram gosto de tradição. Ou melhor, de bacalhoada “Bales Veiga”. A receita vem da bisavó, descendente de portugueses, casada com o alferes Frederico Bahls (vem daí o Bales). Como o bacalhau é artigo de luxo por estes lados – o quilo chega a custar 80 reais (perto dos 30 euros) –, a receita leva pouco bacalhau e muitos outros ingredientes: batata cozida fatiada, tomate, cebola, azeitonas, ovos cozidos e MUITO queijo. Montada em camadas a bacalhoada cozinha por mais ou menos 1 hora e meia em fogo baixo. A deste ano estava ótima. Nem deu tempo de fotografar.
Há dois dias estou embrenhada nas Bicicletas de Montreal, de Carlos Dala Stella. O livro tem mais de oitenta desenhos e fotografias.
Cada página é um universo.
Um tira-gosto: "Alimentado pelo primeiro veio da intuição, talvez eu procurase algo imprevisto, gratuito como o ar, as nuvens, um olhar. Foi assim que acabei encontrando as bicicletas. (...) Aos poucos fui compreendendo que cada instante se abre e fecha para sempre. Era preciso estar atento. Mais do que atento, eu precisava me por à disposição, curiosa mas humildemente à disposição da infinita realidade. (...) Também não era minha bicicleta, era pouco mais que nada, a sombra fecunda de minha ignorância, negra e alegre. (...) Essas bicicletas são um desperdício de tempo jogado fora, graças ao qual me mantive vivo." Carlos Dala Stella
Roland Barthes, no livro A Câmara Clara, define operator como aquele que opera a câmera fotográfica. Claro que ele vai além. Operator é aquele que para operar a câmera observa, recorta, define, sonha, escreve. Na esteira do pensamento barthesiano esse blog é espaço para discursos visuais e comentários sobre a fotografia.
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