Minha prima Ayde mora em Campinas ao lado da Unicamp. Na época que fiz meu mestrado por lá um dos pontos altos do dia era passar na casa da prima - sempre na hora do almoço, e filar a comida maravilhosa e engordativa da tia Lali, que faleceu há alguns anos.
Mas passar por lá não era só saboroso, era também um rico exercício de observação da diversidade familiar.
Ayde é engenheira e deixou o doutorado para ser família em tempo integral. Tem um jeito delicioso de contar histórias - em um tom lento, repleto de detalhes ricamente descritos. Na voz dela um causo pode durar uma tarde.
O marido, primo Alcides, é um homem das letras. Competente crítico literário. Doutor professor da USP e da Unicamp tem paixão pelo filme
Os guarda-chuvas do amor . Eles tem uma linda história de amor, dessas parecidas com filme e que a gente acha que nunca vai acontecer. Dessa história nasceram três filhos.
O Pedrinho estava sempre às voltas com os cachorros e o videogame com um lanchinho por perto, de preferência.
O David me enchia de desenhos de heróis e seres estranhos, em um deles eu era a flor.
O João ainda era projeto.
Na casa havia um grupo especial: as cachorras.
A mais velha era a Olívia (que tinha um sofá só dela), mãe da Vera Lúcia (nome dado em homenagem a minha irmã porque segundo a prima ambas eram um pouco enjoadinhas). Depois tinha a Petita, a Shirley e a Naná (a única que ainda vive)
Depois de ler o blog, a prima me mandou uma foto da finada Petita que, diz ela, não é
frosô como os cachorros que já apareceram por aqui, mas é exemplo de "cachorro de verdade".
A prima ainda sonha em ter uma perereca que quer chamar de Zazá. Nunca me explicou o motivo do nome - acho que nem quero saber. Homenagem é homenagem.
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