segunda-feira, 28 de julho de 2008

Retornei







Fim de férias. Recarregada. Praia, boa leitura, conversa agradável e muitas fotografias.

Estas são de Prudentópolis, cidade que tem a maior colônia Ucraniana do Brasil e a mais bem organizada do mundo. As fotos fazem parte de um projeto que está sendo feito a partir de um convite do embaixador da Ucrânia em Portugal, Rotyslav Tronenko.

Eu e mais cinco fotógrafos estamos rodando o Paraná para contar um pouco da história da imigração ucraniana no Brasil. Em um segundo momento, viajaremos a Portugal para registrar o dia-a-dia dos imigrantes que vivem lá. O resultado será o livro "Ucrânia em português", com fotografias e reportagens, além de uma exposição fotográfica que em 2009 passará por Portugal, Ucrânia e, finalmente, pelo Brasil.


Rotyslav Tronenko, embaixador da Ucrânia em Portugal, acredita que os ucranianos que vivem no Brasil têm muito a mostrar para os seus conterrâneos portugueses. "Acima de tudo, os descendentes que moram no Brasil nos ensinam que é possível manter as tradições e ao mesmo tempo fazer parte da cultura do País que escolheram viver". O objetivo do trabalho, idealizado pelo embaixador, é incentivar a manutenção da cultura ucraniana no país europeu que está ainda na sua primeira geração.

Fazem parte do projeto Oswaldo Eustáquio Filho, Jonathan Campos, do jornal Gazeta do Povo; Luciano Sarote, um dos maiores talentos da nova geração da fotografia paranaense; Rafael Urban, repórter da Folha de Londrina e Sandra Volf, repórter da Gazeta do Povo. Dos cinco, três foram meus alunos (Sandra, Urban e Sarote)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Pecados jornalísticos



A Folha de São Paulo realizou uma enquete descabida: quem é melhor, Machado de Assis ou Guimarães Rosa?
Uma discussão sobre a enquete está na Revista Bula. Vale a pena ler.

http://www.revistabula.com/colunas/522/Machado-e-Rosa

quarta-feira, 9 de julho de 2008

...



afronte-me
sussurro
em seu ouvido
surdo

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Eu sei, mas não devia



Minha amiga Lili mandou o texto que foi escrito pela jornalista Marina Colasanti. Apropriado para esses tempos em que pais jogam filhos pela janela.

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.

A imagem é uma colagem de vazios.

terça-feira, 1 de julho de 2008

DISJUNTOS 6,7,8





Hoje, um conjunto de disjuntos.

O primeiro é bem curitibano: escadarias da Universidade Federal do Paraná e Festival de Bonecos no parque Barigui.

O segundo mistura patinhos espanhóis com o monumento do Parque das Nações, Lisboa.

O último brinca com os desenhos de uma florzinha do campo bem brasileira e um lustre do Louvre.